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Futebol de rua: uma visão do jogo pelos alunos do IFMT

Publicado por: Campus Campo Novo do Parecis / 10 de Julho de 2019 às 12:14

Os amigos da rua descalços. Os chinelos se tornam os golzinhos, com cinco passos de distância entre as traves. O campo é feito de asfalto, barro ou areia. A bola pode ser de plástico, borracha ou de meias velhas. Os uniformes são com ou sem camisa. Cada um pode escolher o clube que vai defender e o craque que deseja ser. O jogador, no mesmo jogo, é lateral, zagueiro, goleiro e atacante. O tempo de jogo é até a hora que as mães convocam os filhos para entrar. Essa é a essência do futebol de rua.

Dentro desse contexto e pensando em estimular a exploração da cultura corporal do movimento, a professora de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) campus Campo Novo do Parecis, Priscilla Bastos Mattos Biasuz, propôs aos alunos do primeiro ano do curso Técnico em Agropecuária e Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, ambos Integrados ao Ensino Médio, um trabalho de pesquisa e confecção de maquetes que representasse a prática esportiva do futebol de rua.

“O resultado foi surpreendente. Os alunos construíram cenários muito interessantes de ruas e locais onde o esporte é praticado e fizeram uma análise crítica sobre as regras do jogo”, explicou Priscilla.

O trabalho incentivou aos alunos a pesquisarem sobre o esporte, sua história e sua prática, utilizando o futebol de rua e sua relação com a saúde e o bem-estar, não só físico, mas também emocional.

“Foi interessante notar a preocupação dos alunos no estabelecimento de regras que focassem o respeito uns aos outros. Todos os grupos fizeram questão de frisar que na rua todos os jogadores são iguais, independente de questões culturais/sociais”, disse a professora.

Enquanto a bola rola solta nos pés de meninos e meninas, o futebol de rua levou os alunos a pensarem sobre práticas de respeito, coragem, estratégia e resiliência – valores fundamentais para fazer bonito no jogo da vida, já que o futebol de rua, como todo esporte, é educativo.

Para a aluna Maria Lucia Viana Rosiak, o trabalho proporcionou a possibilidade dos alunos exporem sua criatividade e relembrar a infância. “Retratamos ruas com a presença ativa da prática do futebol de rua, criamos regras e discutimos a diminuição da atividade”, relatou ela.

Indo ao encontro do debate acerca da diminuição prática do futebol de rua, a aluna Nicole Dalla Rosa salientou a mudança dos tempos.

“A pesquisa nos fez enxergar como o futebol de rua era realizado, nos mostrando que o esporte não acontece mais como antigamente. Hoje as ruas estão mais movimentadas e os familiares mais preocupados com a segurança de seus filhos”, justificou reforçando que por essa razão as crianças e adolescentes passam mais tempo em celulares, tablets e computadores e esquecem da importância de praticar exercícios físicos.

Dessa forma, segundo a professora, a proposta de levar os alunos ao reconhecimento e valorização de uma manifestação corporal de movimento, a conhecer as principais características e locais em que o futebol de rua ocorre, a vivenciar diferentes tipos/formatos de jogos de futebol de rua e reconhecer o futebol de rua como cultura corporal de movimento foi extremamente satisfatória.

“Os discentes utilizaram diferentes formas de linguagem de maneira crítica e reflexiva, assumindo uma postura ética louvável”, complementou.

Para finalizar, a professora frisa que o futebol faz parte da cultura do país, sendo, inclusive, uma ferramenta fantástica para o desenvolvimento de temas como a ética, a solidariedade, o trabalho em equipe, maior socialização, respeito às diferenças individuais, dentre outros.

“Nas apresentações das maquetes pude perceber que os alunos estão preocupados com todas essas questões e foi compensador ver o envolvimento de todos na ampliação e aprofundamento de seus conhecimentos sobre o jogo e suas regras”, pontuou.

Carla Londero – Ascom IFMT Campus Campo Novo do Parecis

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