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NUMDI confirma presença na audiência pública que trata sobre o projeto de lei que extingue o feriado da Consciência Negra

Publicado por: Reitoria / 6 de Dezembro de 2018 às 10:11

A diretora executiva do IFMT, Glaucia Mara de Barros, recebeu, na manhã desta segunda-feira (03), o ex-vereador Aurélio Augusto e o ex-vereador de Cuiabá e professor aposentado do IFMT – Campus Cuiabá, Rinaldo Almeida, que convidaram  a instituição para participar da audiência pública, no dia 13 de dezembro, às 14 horas, no auditório Licínio Monteiro, na Assembleia Legislativa, sobre o Projeto de Lei nº 310/2018 que trata sobre o fim do feriado da Consciência Negra.

Aurélio Augusto foi o autor da lei municipal que criou o Dia e a Semana da Consciência Negra, e o vereador Rinaldo Almeida, foi o vereador que instituiu a Lei nº 3.991/2000, criando o feriado municipal do Dia da Consciência Negra em Cuiabá.

“Tivemos uma atuação muito forte em relação à negritude. A vice-prefeita de Cuiabá, Jacy Proença conseguiu em 2002 o apoio de 13 deputados e a aprovação do mesmo tema, como feriado estadual que entrou em vigor em 2003”, disse Rinaldo de Almeida.

O ex-vereador acrescentou ainda que para a negritude o feriado de Zumbi dos Palmares não tem nada a ver com feriado religioso, não é uma questão de feriado negro. “Zumbi é um herói nacional, ele está no mesmo patamar de Tiradentes. Ele foi o general que resistiu contra a escravidão no Brasil”, salientou Rinaldo Almeida.

Os dois ex-vereadores disseram que estão em contato com inúmeras instituições de ensino e entidades que defendem os direitos dos negros em Cuiabá e no estado de Mato Grosso, e muitas já confirmaram presença na audiência pública da Assembleia Legislativa.

Glaucia Mara de Barros, após atender os ex-vereadores, confirmou a presença do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro, Indígena e de Fronteira Maria Dimpina Lobo-Duarte (NUMDI) na audiência, bem como estendeu o convite aos docentes e estudantes que defendem o tema.

Uma das coordenadoras do NUMDI/IFMT, professora Maristela Abadia Guimarães, destacou que esse feriado estadual é o reconhecimento do Estado de Mato Grosso para a existência do racismo, da discriminação racial e da necessidade de combate ao racismo institucional.

“Quando o Estado de Mato Grosso coloca em seu calendário esse feriado, ele o faz como reconhecimento da luta do povo negro representado pelos movimentos negros, pelas comunidades tradicionais e por todas aquelas pessoas que sofrem cotidianamente com racismo. Este feriado é o símbolo de uma luta antirracista. Essa audiência pública representa mais uma etapa dessa luta, nós precisamos refletir sobre os significados da Consciência Negra não se trata meramente de mais um feriado no calendário, trata-se de um feriado que visibiliza a existência da população negra e as suas formas de vivência no cenário brasileiro”, relata Maristela.

A professora Maristela Guimarães acrescentou ainda que o NUMDI debate desde 2011 as questões raciais no aspecto educacional e ressaltou a importância de se refletir sobre as condições de existência da população negra na sociedade brasileira.

“O feriado da Consciência Negra é a busca de uma reparação das injustiças sociorraciais que essa população está acometida há mais de 300 anos. Estaremos presentes na audiência em representação à população negra, buscando chamar a todos os deputados para uma reflexão dos sentidos deste feriado e, ao mesmo tempo, conclamar para que eles reflitam sobre as suas ações. Retirar do calendário do Estado de Mato Grosso este feriado é um retrocesso da história do Brasil, é um retrocesso da história de Mato Grosso e é um retrocesso das conquistas da população negras. Assim, é um retrocesso político, econômico e social”, finalizou Guimarães.

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