início do conteúdo

Relatos da vida sob a ótica feminina marcam Roda de Conversa “Nós, mulheres”

Publicado por: Reitoria / 7 de Novembro de 2019 às 18:16

O vídeo "Sejamos todos feministas", da escritora nigeriana Chimamanda NgozaAdichi, foi o ponto de partida de um efusivo debate, marcado por relatos pessoais em que muitas mulheres se encontraram nas falas umas das outras e refletiram sobre a pergunta “Afinal, o que é ser mulher?”, na tarde desta quinta-feira (07), no auditório da reitoria.

“Essa é uma pergunta inquietante, que gera um incômodo necessário a cada um para refletir, questionar, sair da zona de conforto como indivíduo e também para a nossa sociedade”, observou Sandrine Robadey Huback, idealizadora da roda, que contou, ainda, com a mediação das servidoras pesquisadoras da temática feminina, Maristela Guimarães e Waldinéia Alves.

Além de oportunizar provocações sobre normatização de padrões, estereótipos, comportamentos automáticos e desdobramentos sobre sexo, gênero e papéis sociais, a primeira roda já rendeu frutos, com o lançamento do Clube do Livro, em que uma vez por mês, a partir de janeiro de 2020 serão discutidas obras que abranjam o universo feminino.

Com a palavra, elas

Com a experiência de vida do alto dos seus 59 anos, a servidora da Pró-reitoria de Ensino, Marina Marques de Arruda, abriu a conversa lembrando dois trechos de música que ouviu ao longo da vida - “Você precisa de um homem pra chamar de seu… Marina, morena, Marina você se pintou...” para ilustrar comportamentos vistos como normais e que diminuem e objetificam a mulher.

“É muito machismo, que vamos reproduzindo também. Me pego muitas vezes sendo preconceituosa e machista... Quantas crianças são impedidas de brincar com brinquedos considerados exclusivos de meninos ou meninas?”, questionou a pedagoga.

“Absorvemos, internalizamos e reproduzimos regras criadas por grupos dominantes, sejam relacionadas à beleza, ao comportamento, à presença no mercado de trabalho, mas temos capacidade para transformar essas regras”, pontuou Sandrine.

Para Ravena Luz, 26 anos, mulher negra e trans, estudante de Letras, o debate é importante, interessante e muito necessário e a troca de experiências pessoais enriquece a conscientização e mobilização femininas.

“Evoluímos em muitas áreas com as tecnologias, mas ainda enfrentamos desafios do que é ser mulher nos tempos atuais, o valor, o crescimento do movimento feminista, as lutas políticas, sociais e econômicas. Então eu, como transito do masculino para o feminino, vim buscar um pouco mais de conhecimento nessa questão do gênero, porque sinto na pele a importância desse debate para meu crescimento pessoal e como cidadã. Nós, minorias, sejam mulheres, negros, índios, sempre fomos calados antes de nos atrevermos a falar e hoje sinto que temos mais autonomia e voz, e precisamos cada vez mais, de conscientização e mobilização, para estarmos mais próximas da tão sonhada e inalcançada igualdade entre os sexos”, afirmou a jovem.

A participação dos mais de 20 servidores e servidoras que acompanharam a roda de conversa virtualmente foi comemorada pelas pesquisadoras. Elas aproveitaram para convidar a todos para a segunda edição da roda, no dia 21, com o tema "De tempo em tempo: os desafios de ser mulher". 

 

Marcadores: ifmt_1

início do rodapé

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Avenida Sen. Filinto Müller, 953 - Bairro: Quilombo - CEP: 78043-409

Telefone: (65) 3616-4100

Cuiabá/MT