A dança teve uma presença marcante na 6° edição da MArte (Mostra de Arte e Cultura), realizada pelo Instituto Federal do Mato Grosso, em Tangará da Serra. Grupos de dança de Rondonópolis, Primavera do Leste e do próprio IF tangaraense se apresentaram durante os três dias do evento.
O grupo de dança contemporânea do campus Primavera do Leste, que tem como coreógrafo o professor Ricardo Miguel Branco de Azevedo, se apresentou pela primeira vez no evento. “Sete alunos participam este ano principalmente para que possam viver a experiência, ver os outros grupos de dança, outros treinamentos e poder se inspirar nesses treinamentos”, conta o professor.
Ele explica que o grupo é o início de um projeto que está se formando. A ideia é trabalhar a dança contemporânea com alunos que tiveram experiência zero com dança, então não tem noção do próprio corpo, ou do que é um movimento.
“A gente tá trabalhando isso aos poucos, como que a dança inicia em um pequeno movimento? O espetáculo inicia com uma coreografia muito simples, de aquecimento. E aí, a segunda coreografia já é pensada dentro da dança contemporânea, que trabalha as várias técnicas de outras danças: do jazz, da dança moderna, do balé”.
Ricardo também aponta que há uma dificuldade em fazer com que os jovens tenham esse primeiro contato com a dança, com o próprio corpo e em aprender algo que saia do Tik Tok, da internet e tudo isso possibilita abrir um novo mundo para eles.
“A dança contemporânea em corpos que nunca experimentaram a dança, que não entendem que todo corpo pode dançar, que se descobrem fazendo movimentos, “Nossa, eu consigo fazer essa pirueta!”, é sensacional. Do ponto de vista artístico é muito bom e do ponto de vista educacional é sensacional. É fora de série a sensação”.
Os grupos Vênus e Ares, de Rondonópolis, representaram a independência na hora de pensar a dança. O Núcleo de Artes do campus tem quatro bolsistas nos segmentos de artes visuais, dança, música e artes cênicas. Larissa Nunes, que cursa Alimentos no terceiro ano, conta que, sem coreógrafo, eles mesmos criaram suas performances, produziram seus figurinos e organizaram seus ensaios.
Por meio dos movimentos, os jovens também contam histórias em suas apresentações. Com temáticas únicas e bem trabalhadas, eles representam a arte brasileira em cima dos palcos.
Danielli Monteiro e Elisa Cardoso, alunas do terceiro ano de Química em Rondonópolis, se apresentaram com a música “Ginga”, da cantora Iza, e realizaram até uma performance de capoeira. “A dança foi pensada para representar o Brasil. A partir do contexto histórico e considerando a cultura brasileira”, afirmaram. O grupo de dez pessoas também fez seu próprio figurino.
Representando o campus sede do evento, o grupo tangaraense formado por dezoito integrantes foi responsável pela performance “As sete faces do pecado”. A aluna Sthefany Leticia Fritzen, do primeiro ano do curso de Recursos Humanos, conta que, depois do período de greve o grupo retornou os ensaios com fôlego, se preparando para representar a cidade no evento.
Isabelli Pereira Pinheiro - aluna do 6° semestre de Jornalismo da Unemat