Um projeto de inovação tecnológica que utiliza Inteligência Artificial para melhorar a eficiência do planejamento de rotas de drones no combate às formigas cortadeiras, elaborado por alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) é um dos finalistas do Prêmio Inovação AgroInova 2024, promovido pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (ConTIC), com apoio da Telebrasil.
O projeto, uma plataforma em nuvem para o monitoramento de precisão de formigas cortadeiras com a utilização de inteligência artificial em drone, denominado Laras, será apresentado no Painel Telebrasil, principal evento de conectividade, telecomunicações e inovação do país, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro, em Brasília.
Professor e coordenador do LaRas, Alexandre dos Santos falou da expectativa de alcançar o primeiro lugar, do trabalho realizado até a publicação do artigo na conceituada revista científica Computers and Electronics Agriculture, reconhecida no ramo da agroinformática, e do registro de uma patente no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
“Estamos muito animados. Até porque o nosso projeto não só arredondou numa patente num programa de computador, mas também numa publicação numa revista internacional A1, na melhor revista de agricultura de precisão hoje. Então estamos entregando um artigo de alto fator de impacto e também uma patente de programa de computador. A gente não sabe se os outros projetos fizeram o mesmo”, afirmou.
O docente conta que a ideia para o projeto nasceu no Laboratório de Fitossanidade do IFMT. “Desde a concepção, até a TRL [índice de maturidade tecnológica] que atingimos com o nosso produto hoje. Como galgamos as diferentes etapas, desde um projeto em que provamos a viabilidade do uso de inteligência artificial para o monitoramento de formigas cortadeiras até a transformação dessa ideia em um produto comercial,” completou.
O projeto LaRas, surgiu da parceria entre os campi Cáceres e Pontes e Lacerda, juntamente com uma universidade belga, a partir de uma necessidade das empresas de identificar e mensurar os formigueiros das cortadeiras, uma grande praga agrícola. O projeto conta com a participação dos estudantes Rita de Cássia Sonaque de Oliveira, estudante de engenharia florestal, Sara Libardi Ribeiro e Eduardo Augusto Toro Machado, estudantes do curso Técnico em Informática.
“Em 2020 mostramos ser possível a resolução desse problema. O resultado foi publicado em uma importante revista e pensamos: por que não transformar isso num produto? A partir dessa ideia, começou o desenvolvimento do software,” contou Sara.
Esse software, então, seria capaz de identificar, mensurar e passar o registro com as informações geográficas e a quantidade necessária de veneno para o drone de combate. Hoje, em parceria com uma empresa do Mato Grosso do Sul, a equipe está fazendo a testagem em larga escala pensando em um TRL-7 para transformar em um spin-off (lançamento de um produto ou negócio a partir de uma empresa já existente).
Além de contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis e para a redução do uso de pesticidas, a plataforma melhora a qualidade de vida nas comunidades agrícolas e oferece ganhos de produtividade e competitividade para os negócios.
O projeto também está em concordância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, entre eles a ODS-4, uma educação de qualidade, a ODS-9, inovações para redução do uso de inseticidas na agricultura, ODS-14, vida e ODS-15, água e vida terrestre.