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Pesquisa no IFMT: carreira e laços familiares

Publicado por: Campus Cuiabá - Bela Vista / 8 de Julho de 2024 às 10:35

No Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), a jornada acadêmica dos estudantes vai além dos laboratórios e das salas de aula, criando laços profundos e duradouros. Helen Cristine Leimann Winter e a professora Marilu Lanzarin, do Campus Cuiabá – Bela Vista, são o exemplo vivo de como a pesquisa pode transformar vidas e construir histórias.

Helen começou ainda no Ensino Médio, em 2014, quando ingressou no Curso Técnico Integrado em Alimentos, no Campus Sorriso. “Foi uma escolha da minha mãe, pois não tínhamos condições de pagar uma escola particular. Não gostava da área de alimentos e meu sonho era ser advogada. Mas como dizia para mim, ‘conhecimento nunca é demais’”.

Helen, no Ensino Médio, durante visita técnica. (Foto: Dieison Guisolfi - SRS)

Helen, no Ensino Médio, durante visita técnica. (Foto: Dieison Guisolfi - SRS)

Ainda no Ensino médio, Helen já iniciou sua primeira incursão como bolsista em um projeto de pesquisa coordenado pela professora Marilu. “Assim que entrei no IFMT descobri que precisava reaprender a aprender. Era uma outra realidade de ensino no qual não estava habituada. Meu rendimento era muito baixo no primeiro semestre”.

De acordo com Marilu Lanzarin, a preocupação com o rendimento de Helen foi um dos motivos para convidar não apenas ela, mas outros estudantes para seu projeto de pesquisa para elaboração de um novo produto: uma bebida láctea à base de Caju. “Acredito em oportunidade. Encarei como um desafio de apresentar novas possibilidades. Se você dá oportunidade e o estudante a agarra, ele voa longe. Foi o caso da Helen”, afirmou.

Durante todo o Ensino Médio, Helen participou de projetos de pesquisa na área de alimentos sob supervisão de Marilu. “Ela me incentivava a estudar, realizar a produção de relatórios e escrita científica”. O trabalho desenvolveu nela a paixão pela área de alimentos, o que a levou para Cuiabá, ao Campus Bela Vista, onde ingressou no Bacharelado em Engenharia de Alimentos. “Era a faculdade na área mais próxima da minha família. Fui sozinha, com a cara e a coragem, e o que colaborou foi o fato de a professora Marilu ter sido transferida para o Curso. Já tinha um rosto familiar nesta nova etapa da minha vida”, comentou.

Ainda no primeiro semestre Helen já iniciou seus trabalhos em pesquisa, sempre ao lado da sua professora de Ensino Médio. “Acabou que as disciplinas me deixavam inquieta, pois eu tinha muita curiosidade de ver o resultado do trabalho no laboratório, mas as vezes não era possível. Algo mudou em mim, fui amando cada vez mais a pesquisa.”

Com o término da graduação e já apaixonada pela área de alimentos, Helen logo se candidatou para uma vaga de mestrado e conseguiu ingresso na Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade do Rio Grande do Sul e no IFMT – Campus Cuiabá Bela Vista. “A esta altura do campeonato já havia estabelecido família em Cuiabá. Meu esposo também era estudante da graduação. Nos tornamos amigos da professora Marilu e seu esposo e professor do Campus, Daniel Oster Ritter. Já havia construído uma vida em Cuiabá”.

Com as raízes já criadas na Capital de Mato Grosso, a produção do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos no Campus Cuiabá – Bela Vista. “Com a estrutura laboratorial do Campus, conseguimos desenvolver um trabalho complexo e sólido, nas mesmas condições que poderia fazer em qualquer outra instituição”. A pesquisa do mestrado foi voltada para indústria alimentícia: um modelo de previsão de desenvolvimento de uma bactéria em produto alimentício.

Ainda hoje, Helen dá apoio ao Laboratório de Análise Microbiológica de Alimentos do Campus Cuiabá - Bela Vista (Foto: Thiago Almeida)

Daniel Ritter é Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação do Campus Cuiabá – Bela Vista. Ele enfatiza o importante trabalho já realizado não apenas por Helen, mas por diversos outros pesquisadores do Campus. “Apenas em 2023, foram investidos mais de R$ 200 mil em recursos distribuídos em oito editais, e 31 projetos de pesquisa. Ao todo, foram 20 bolsistas e 30 colaboradores atuando na instituição”, afirmou.

Hoje Helen é doutoranda em Ciência Animal com ênfase em Higiene e Tecnologia de Alimentos na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e bolsista de doutorado no CNPQ. Ela celebra o IFMT como fundamental para o desenvolvimento de sua carreira na pesquisa. “Sou apaixonada pelo IFMT, desde quando entrei, sou e serei maior defensora. É a instituição que dá muita oportunidade para o estudante. Vejo mais oportunidades e acolhimento. Um ambiente familiar. Meu sonho, meu fechamento de ciclo de carreira, é passar em um concurso e ser docente no IFMT”.

Do IFMT para a vida: Da esquerda para a direita, Matheus Winter (esposo de Helen), Helen, Prof. Marilu Lanzarin, o pequeno Murilo e Prof. Daniel Ritter. (Foto: Arquivo pessoal) 

Para além da formação acadêmica, que foi ponto chave em sua vida, Helen destaca os laços criados com a professora Marilu e suas famílias. “Nossa vida é sobre fazer parte da história de outras. Marilu e Daniel são meus padrinhos de casamento, meu marido conheci na graduação. Durante todo este processo, enxerguei eles como exemplo, inspiração pelo trabalho. Viramos uma família. Eram eles que, quando estava sozinha em Cuiabá, me ajudaram e ampararam. Hoje temos uma relação familiar muito forte, muitas histórias e vivências. Quero ter a oportunidade de marcar a vida de outras pessoas da mesma forma que a professora impactou a minha”.

Marilu Lanzarin também avalia estes 10 anos de história. “Helen, além de uma pesquisadora exemplar, é uma amiga fenomenal. Ela não é apenas uma aluna, uma bolsista. Eu não preciso dizer isso, basta escutar meu filho (Murilo, de apenas 6 anos, que sussurra ao ouvido da mãe): ela é minha filha do coração. Meu filho te responde. É como se eu tivesse adotado uma pessoa para mim, que tem tudo o que gostaria que um filho meu tivesse. É minha amiga, minha confidente dos dias bons e ruins. Não tive apenas uma aluna, mas uma amiga para todos os momentos. Ela está em todos os momentos importantes da minha vida. É minha família”, concluiu.

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