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Ronilson Balbuena: o primeiro professor de Educação Especial do Campus Cuiabá

Publicado por: Campus Cuiabá / 15 de Agosto de 2024 às 15:41

Protagonizar uma trajetória inédita de trabalho no Campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva é o novo desafio do historiador e pedagogo Ronilson Balbuena. Ele e a pedagoga Cálita Martins, do Campus de Sorriso, são os primeiros docentes empossados no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) no cargo de Educação Especial. 

Há pouco mais de um mês em exercício na capital mato-grossense, o professor destaca a receptividade dos estudantes no período inicial de interação. A curiosidade para saber como será a atuação já resultou em contatos individuais pelos corredores, no entanto, Ronilson iniciou um cronograma de atendimento, de acordo com as prioridades indicadas pelas equipes pedagógicas. 

“Os alunos estão abertos ao diálogo e também têm interesse em saber como será o atendimento individualizado ou em grupo. Alguns estudantes têm autonomia nas questões do cotidiano, mas outros necessitam de atendimento na Sala de Recursos Multifuncionais. A regência das aulas é feita nesse local.”

O trabalho será coletivo e compartilhado com a equipe multiprofissional do campus, considerada referência para Ronilson na Educação Especial (EE) atrelada à Educação Profissional Técnica (EPT). “A equipe já realiza um trabalho de capilaridade na perspectiva da educação inclusiva, fato que alivia um pouco a angústia de ser o primeiro docente efetivo na área. Não tem receita pronta. É um caminho a ser construído”, diz o professor. 

O encontro do professor com a Educação Especial ocorreu durante a atuação em outros Campi do IFMT, na cidade de Pontes e Lacerda e Cáceres. Ronilson atuou como técnico-administrativo durante sete anos: passou pela Gestão de Pessoas, setor Financeiro e também pela chefia de Gabinete. “Aprendi muito nos Campi Pontes e Lacerda e Cáceres. Participei de várias comissões, dentre elas a de processo seletivo que tem contato direto com os ingressantes. Como o cargo é muito coringa, sempre há o entrosamento com o setor pedagógico, e destaco especialmente o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) que contribuiu de forma muito rica na minha formação.”

Em 2022, ele participou das discussões que resultaram na criação da Política de Educação Inclusiva para Estudantes com Deficiência e/ou Necessidades Educacionais Específicas do IFMT, enquanto atuava como membro do Conselho Superior (Consup). Outro destaque no âmbito da instituição foi regulamentado em 2023: o Plano Educacional Individualizado (PEI), instrumento de planejamento pedagógico que permite flexibilizar e adaptar os currículos de acordo com as singularidades dos estudantes com necessidades educacionais específicas.

Atualmente, mais de 80 estudantes fazem parte do público-alvo da Educação Especial no Campus Octayde. Essa modalidade de ensino é ofertada preferencialmente na rede regular e atende às demandas educacionais de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 

Desafios para implementar a educação inclusiva

A docência na Educação Especial é recente na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e a inserção da vaga no quadro do campus indica o amadurecimento da política institucional inclusiva no IFMT. No entanto, é preciso avançar em outras questões como a formação continuada e a permanência e êxito dos estudantes, de acordo com o Diretor de Ensino do Campus Octayde, Júlio Resende.

“O maior gargalo é a formação para os docentes. Houve um avanço significativo nos últimos quatro anos no nosso campus com o fortalecimento da equipe multidisciplinar, mas o desafio ainda está dentro das salas de aula. A chegada do professor Ronilson é fundamental para a formação continuada sobre educação especial”, explica o professor Júlio.

Apesar das inúmeras preocupações e desafios compartilhados pelo professor Ronilson, que vão desde a barreira atitudinal e interação social na instituição passando pela criação de metodologias específicas para os estudantes, o sentimento é de esperança e dedicação total à nova caminhada. “Meu objetivo é contribuir para a existência de uma rede da Educação Especial no campus com participação dos docentes, estudantes, técnicos e das famílias. É um trabalho de ‘formiguinha’, no melhor sentido dessa representação que é a do esforço coletivo”, finaliza.

Leia mais sobre o tema:

A Rede EPT na perspectiva inclusiva: uma revisão sistemática da literatura sobre formação continuada docente

Legislação e Atos Normativos da Rede Federal

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