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IFMT forma Indígenas Eletricistas de Instalação de Sistemas de Energia Solar

Publicado por: Reitoria / 25 de Agosto de 2023 às 16:36

Trinta indígenas das etnias Bakairi, Xavante, Yawalapiti, Wauja e Guató de Mato Grosso receberam certificados de um curso de qualificação em Eletricista de Instalação de Sistemas de Energia Solar na quinta-feira (24), no Departamento de Engenharia Elétrica e Automação do campus Cuiabá - Octayde.

Depois de intenso estudo, os indígenas foram para casa com trinta kits de bombeamento. O kit é basicamente um painel solar de cento e cinquenta watts e uma bomba d'água que funciona em corrente contínua, um sistema extremamente simples, sem necessidade de um inversor.

Esta foi a conclusão da segunda etapa do projeto de extensão Fábrica Solar Social. A primeira fase consistiu em aulas EaD, por meio das quais os indígenas tiveram a oportunidade de aprender conceitos básicos em salas virtuais. No período de 14 a 24 de agosto, aconteceram as aulas presenciais no campus, totalizando 8 horas por dia.  

“Foram dez dias intensos de aulas presenciais. No laboratório, os orientamos nas bancadas experimentais. Isso marcou a primeira parte da semana, na qual tivemos muita experiência prática com eletricidade. Para eles, o objetivo não é apenas superar o medo, mas também desenvolver o respeito pela eletricidade, que sabemos ser perigosa. Nosso intuito é que eles a compreendam e saibam como lidar com ela”, explicou o professor de Engenharia Elétrica e Eletrônica, Tony Silva.

Os dois módulos de segurança do trabalho ficaram a cargo dos professores do Dep. de Eng. Elétrica e Automação, Djalma de Castro e Aníbal Zavala, que compartilharam conhecimentos sobre segurança no ambiente laboral. O foco do primeiro módulo foi nas questões fundamentais de segurança, como EPIs e EPCs, especialmente voltados para o contexto elétrico.

O professor Djalma abordou a análise de riscos e medidas de proteção, culminando na elaboração de um manual operacional padrão. Ele classificou a experiência com as comunidades de povos originários como “muito enriquecedora.”

Era um sonho que tínhamos: compartilhar conhecimentos e aprender com eles. Foi extremamente interessante, pois eles se envolveram muito e aplicamos metodologias diretamente relacionadas à realidade deles. Essa abordagem permitiu uma experiência prática fantástica, na qual eles participaram ativamente e se divertiram conosco. É uma pena que tenha sido um período breve; certamente poderia ter sido mais longo. No entanto, foi verdadeiramente sensacional”, opinou o docente Djalma.

Em seguida, o grupo passou para o tema das placas solares, realizando a instalação de sistemas fotovoltaicos, posicionando os inversores e gerando energia. Essa etapa foi desenvolvida para que eles possam estar aptos a realizar futuras manutenções nas usinas que irão receber, na terceira parte do projeto de Extensão, previsto para outubro.

“Trouxemos células fotovoltaicas importadas e as montamos em módulos. Soldamos os condutores e realizamos a laminação com vidro conferindo, assim, resistência mecânica. Fixamos as molduras de alumínio e testamos o módulo, verificando que ele é capaz de gerar energia e bombear água. Estou confiante de que eles se tornarão indivíduos capacitados, capazes de realizar pequenos reparos em sistemas fotovoltaicos e instalações elétricas na comunidade," disse Tony.

Moradora da Aldeia Santana, em Rondonópolis, Adrilene da etnia Bakairi contou um pouco de sua experiência. “Eu vim aqui através do estudo que a gente tá fazendo e eu quero levar este conhecimento para a aldeia. Não sei se consegui aprender tudo o que foi passado, mas vou aprender mais na prática, juntas vamos dar apoio uma à outra. Fico feliz em levar a sabedoria para as aldeias”, afirmou.

Para Karina, da etnia Guató, moradora da Terra Indígena Baía dos Guató, no Pantanal, a formação trará melhorias para sua comunidade. “Esse curso trouxe pra mim muito conhecimento e aprendizado em uma Instituição Federal. É um orgulho muito grande estar aqui participando. E para nós que moramos no Pantanal a implantação é muito importante para a geração de energia.”

Na terceira fase, que consistirá na instalação dos módulos de usinas fotovoltaicas nas aldeias, o IFMT estará presente, com alunos dos cursos de engenharia elétrica e engenharia de automação. “Essa etapa será a possibilidade de estar efetivamente aplicando um dos pilares da educação - a extensão - nas aldeias envolvidas,” finalizam os docentes.

O programa REDD Early Movers 

O REM sigla para Programa REDD Early Movers com tradução para Pioneiros Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal é desenvolvido desde 2012 como resultado de uma parceria entre o governo alemão – financiador - através do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ). A iniciativa prevê o apoio a países e estados que implementaram iniciativas pioneiras em conservação de florestas e redução das emissões por desmatamento e degradação. Em Mato Grosso a Secretaria de Estado de Maio Ambiente (Sema) também é parceira do programa. 

 

Matéria relacionada: https://ifmt.edu.br/conteudo/noticia/indigenas-sao-capacitados-pelo-IFMT-cuiaba-octayde-em-eletricista-de-instalacao-de-sistemas-de-energia-solar/

 

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