O professor do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Pontes e Lacerda-Fronteira Oeste, Thiago Rafael da Costa Santos, venceu o Prêmio Pixé de Literatura, na categoria Prosa. A iniciativa é promovida por meio de parceria entre a Revista Literária Pixé e a Editora Carlini e Caniato, com objetivo de dar visibilidade a novos talentos na literatura mato-grossense, possibilitando a reunião, revisão e edição de textos reunidos em um livro, que será lançado no site oficial da revista.
Thiago destacou que a obra dele, um conto, que será publicada ano que vem, foi ambientada nos espaços rurais de Vila Bela da Santíssima Trindade e chama-se “O tratado da esfera”, abordando um parricídio. “Os organizadores falam em mais de 150 inscritos, provenientes de 30 municípios do estado. Lembro-me do Eduardo Mahon (diretor da revista) destacar participantes quilombolas e outros que viviam em aldeias indígenas. Todos enviaram seus trabalhos para a revista e a banca selecionou os textos considerados mais pertinentes. Essa diversidade é fabulosa e mostra que a literatura mato-grossense não está restrita aos círculos cuiabanos. O misterioso ‘país’ do Mato Grosso é largo”, declarou.
O educador explicou como decidiu participar da seleção. “Não acompanho concursos literários e sei muito pouco sobre a literatura atual produzida em MT. Conheço um ou outro nome por intermédio de dois amigos: O Wuldson Marcelo, que talvez seja o autor mais importante do estado já há algum tempo, sobretudo pelo trabalho efetivo de divulgação de ‘novos autores’. E o Odair de Moraes, cuja obra é lindíssima, grandiosa! Foi o Odair (ou foi o Wuldson?) que certo dia sugeriu que eu participasse (…). Mas foi a Ariadne Marinho, crítica ferrenha de todos os meus textos e autora de poemas belíssimos, que acabou por convencer-me”.
Tiago ressaltou a oportunidade que o prêmio dá para novos autores divulgarem o trabalho. “É bom destacar que a produção literária de MT está cada dia mais em evidência. A Revista e o Prêmio Pixé são uma mostra disso. Mais e mais autores são ‘descobertos’ e a internet facilita muito quem quer divulgar seu trabalho. A literatura deve ser isso mesmo: muito mais do que apenas democratizar o acesso aos ‘mestres universais’, aos ‘grandes cânones’, a literatura - e a arte em geral - deve ser popularizada. Quando os leitores assumem o papel de agentes ativos na criação e na transformação da(s) realidade(s), em diferentes contextos, isso é popularização. É autonomia”, finalizou.
A Revista Pixé é dirigida pelo Eduardo Mahon, também ex-presidente da Academia Mato-Grossense de Letras. A banca que selecionou os premiados foi composta por Ivens Cuiabano Scaff, Divanize Carbonieri e Marília Beatriz Figueiredo Leite.
